Resiliência, o novo momento impõe-nos!

Estamos enjaulados entra a vontade de querer fazer e o dever de não fazer, nos últimos 6 meses a nossa liberdade ficou condicionada, onde ficamos sem a capacidade de conduzir os nossos projetos e os nossos sonhos. O velho sonho de terminar uma universidade, o ano da então autoafirmação da carreira profissional, o ano que iria fazer a viagem de sonhos, o ano em que eu pretendia casar-me e fazer aquela cerimonia pela qual esperei a vida toda.
Diante disso estamos a receber, demissões em massa, suspensão de contratos, falência de empresas, suspensão das aulas sem previsão de retorno, casamento reduzido aos parentes de casa, viagem nem pensar estamos obrigados a ficar na cerca sanitária e como se não bastasse no final do início da noite vem o então momento dos números, “CUMPRE-NOS INFORMAR QUE TEMOS MAIS”. Esta jaula realmente nos anulou e nos levou a uma crise profunda da nossa existência (crises existenciais).

Os mais cépticos acreditam que o ano de 2020 acabou não há mais nada a fazer vamos esperar que termine de cabeça baixa e sem esperança, ventos de esperança aparecem nos últimos dias, a Rússia tem a vacina a China faz teste sobre a mesma!

Entre os cépticos e os optimistas estão os resilientes aqueles que aceitaram a condição actual e decidira resistir adoptando uma postura de verdadeiros soldados, contornando como rio as montanhas que a pandemia trouxe. 

• Todos os dias fico fascinado com uma jovem que assumiu a responsabilidade de sair de casa mesmo sabendo que existe um inimigo invisível, porém ele não pode imobilizar-me, 

• Do meu amigo que de forma profética disse-me certa vez que“ assim como um dia tivemos guerra e os nossos pais iam para a frente de combate é tempo dos médicos assumirem o mesmo compromisso, são eles os da linha da frente”, 

• Dos milhares de jovens que todos os dias estão dentro das grandes superfícies com histórias interessantes de como chegaram ao serviço, alguns com vestígios da surra que apanharam da polícia por não respeitarem o distanciamento na hora de subir no candongueiro, 

• Da mamã zungueira que não tem com quem deixar o seu filho em casa e pulula com ele nas costas por quilómetros com a sua máscara, 

• Dos profissionais “offshore” que tem de ir para o mar e ficar 45 dias longe da sua família porque acreditam que o seu labor trará vantagem para o país, 

• Dos pastores que se arriscam a visitar as suas ovelhas levando consolo e refrigério para almas de cativos;

• Das pessoas que decidiram ser motivadores de outros a custo zero,

• Dos que decidiram partilhar o pouco com aqueles que nada tem,

• Dos camionistas que vai até ao campo buscar aquilo que comemos,    

Estes e outros aceitaram ser resilientes, aceitando por vezes que são cépticos, porém não pode os imobilizar com o medo, assumindo o optimismo, porém não adiam o viver dia a dia com os pés no chão nutridos de esperança no amanhã executando o hoje para que tenhamos amanha.

É tempo de sermos resilientes!