NEW NORMAL


Estamos em casa! E agora?


A pandemia da COVID-19 apanhou-nos todos de surpresa, maior parte das pessoas estava habituado a uma rotina, os estados seguiam processos rígidos para gerirem nações, porém ninguém estava preparado para lidar com a alteração da sua do seu dia. A ciência sociológica nos apresenta o conceito de rituais, que esta, ligado a ideia de repetição de actos que os tornamos em hábitos depois de algum tempo, torna-se comum e não precisamos de ter presente o aspecto consciente de forma activa.

Nisto podemos observar o seguinte:

  1. Família tinham rotinas fixas, os pais trabalhavam e os filhos estudavam, o ponto de contacto era de poucas horas;
  2. Empresas funcionavam em horários fixos, os trabalhadores chegavam uma determinada hora e saiam horas depois;
  3. Alunos assistiam aulas de forma católica todos os dias com a presença física do professor;
  4. O hábito de comprar ou procurar o melhor e mais barato produto fazia parte dos hábitos das pessoas;
  5. Empreendedores com negócios pequenos colocavam disponíveis para a sociedade;
  6. Igrejas e comunidades religiosas funcionavam em dias pré-estabelecidos e manifestavam a sua fé de forma pública;
Tudo parou!

Karl Marx diz que os aspectos económicos são o gatilho para as mudanças sociais, concordo com ele, porém corroboro ainda mais com Max Weber que aceita a ideia de Marx, mas adiciona que não são apenas estes, mais as ideias e os valores também são fundamentais para que tais aconteçam. Se por um lado, temos uma economia mundial que ao longo de mais de 10 anos tem tido um comportamento pouco estável, os gráficos dos economistas davam a ideia de que estávamos a voltar a normalidade uma vez que ela voltou a crescer.

Nota que, as Nações Unidas apontam que não será dessa vez que a economia volta a crescer, fazendo recurso a ideia (Marx) não teremos mudanças sociais significativas. Portanto, Não crescendo economicamente precisamos de adoptar a postura Weberiana onde verificamos que as ideias e valores são também grandes canais de mudança social, logo é preciso adaptar-nos a expressão nova da literatura inglesa NEW NORMAL traduzindo NOVO NORMAL. Este conceito traz a ideia de recriar conceitos já praticados de determinada maneira, se antes tínhamos rituais que apontavam para o contacto físico, hoje precisamos inova-los. Daí há necessidade de todos os actores sociais se adaptarem ao NOVO NORMAL, onde aspectos como:


1.    Há Determinação, se por um lado as pessoas antes tinham outra forma de alcançar objectivo na nova fase precisamos de esquecer e sermos determinados na maneira de pensar e agir, quer na gestão familiar, daquilo que é público, Estados e empresas que não forem determinadas terão problemas de adaptação ao novo normal e não se adaptando correm um grande risco de desaparecerem;
2.    Na era em que vivemos é impossível ficarmos em pé sem estarmos preparados para as mudanças, a presente era é equiparada ao desenvolvimento de uma criança, todos os dias ela tem uma coisa nova para apresentar aos pais, estes, tem que ter capacidade de aceitar as mesmas ou viverão a sofrer, ou inibirão o crescimento dos seus filhos. O NOVO NORMAL, traz mais uma vez o desafio da mudança para os actores sociais, as famílias, os governos, as empresas precisam de aceitar, lidar e aproveitar as mudanças para criarem e lidarem melhor com a nova fase;
3.    A capacidade de fazer a diferença nessa nova fase requer ter TALENTO, ou pelo menos desenvolve-lo, ele distingue numa equipa;
4.    Se ao trabalhar nessa nova fase não estabelecermos objectivos e metas concretas, quer na perspetiva individual, coletiva e institucional teremos dificuldades de mensurar o DESEMPENHO, logo para o NOVO NORMAL o mesmo é crucial para que as famílias, governos-instituições e empresas consigam manter a chama viva;

5.    Existem uma energia a empregarmos nas atividades que realizamos a isso chamamos de MOTIVAÇÃO, o NOVO NORMAL requer de nós uma motivação extra, exemplificando, trabalhar em casa é complicado, com o filho a correr e a fazer barulho, com as tarefas domésticas ali presente, porém precisamos ter motivação para lidar com estes desafios e apresentar desempenho.
6.    Em fase de escassez há necessidade de recorrer à criatividade, penso que o hábito é inimigo número um dela, e os actores sociais estão habituados a proceder de uma determinada maneira, precisamos de quebrar essa forma de habitual e sermos criativos para lidar e criar formas de produção, novas maneiras de estar com a família, com os grupos e tantos outros;
7.    A liderança é sem sobra de dúvidas o key point (ponto-chave), se não tivermos pessoas capazes de assumirem o poder de influência sobre os outros, isto é, dentro das famílias, empresas, estados e outras instituições aí sim não subsistiremos ao NOVO NORMAL. A liderança é um estilo de vida, em cada local precisamos influenciar de forma positiva as pessoas elas é que vão fazer a diferença em todo o seu envolvente. As instituições são constituídas por pessoas, o estado funciona com elas, assim como as famílias logo elas são o nosso alvo número 1.

Estamos de novo em casa! E agora?



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